
Emerson Fittipaldi levou sua gloriosa Lotus a Interlagos para celebrar em 2013 os 40 anos de sua vitória no GP do Brasil.
Porto Velho, RO - O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, que será disputado neste final de semana em Interlagos, São Paulo, completa 50 anos como parte do calendário da Fórmula 1. Oficialmente, o GP Brasil estreou no dia 11 de fevereiro de 1973, com vitória brasileira: Emerson Fittipaldi venceu com o lendário Lotus 72D, considerado um dos carros mais bonitos da história e com o qual havia conquistado o título de campeão de 1972.
O modelo 72D é uma evolução do Lotus 72. A equipe usou o modelo 72 e suas versões posteriores – de 72B até 72F – em seis temporadas, entre 1970 e 1975. Com as diferentes variações do modelo 72 foram 75 corridas, com 20 vitórias – nove de Emerson, sete de Ronnie Peterson e quatro de Jochen Rindt. Com ele, o time conquistou dois títulos mundiais de pilotos – antes de Emerson, Jochen Rindt foi campeão em 1970, sendo até hoje o único piloto a se sagrar campeão após a morte, graças a uma vitória de Emerson no GP dos Estados Unidos, com um Lotus 72C. A equipe também foi campeã de Construtores em 1970, 1972 e 1973.
O carro é uma verdadeira joia. Criado por Colin Chapman, fundador da Lotus e um dos grandes gênios da história do automobilismo, e pelo designer Maurice Philippe, o Lotus 72D fez sua primeira aparição no GP de Mônaco de 1971, com Emerson Fittipaldi largando da 17ª posição no grid e terminando em quinto lugar.
Com motor Ford Cosworth V8 e pneus Firestone, o Lotus 72D foi à pista em 23 corridas, tendo sido conduzido por Emerson em 22 delas, e conquistou sete vitórias, todas com o piloto brasileiro. Dessas sete, cinco foram em 1972, na temporada que rendeu o título, e duas em 1973: na Argentina, primeira prova do ano, e no Brasil, a segunda.
Na corrida no Brasil em 1973, o sueco Ronnie Peterson, com o outro 72D, fez a pole position, com Emerson ao seu lado na primeira fila. Os dados oficiais registram apenas o tempo do pole position: 2’30”500. Isso mesmo: dois minutos e meio para dar uma volta. Mas é bom lembrar que naquela época o circuito de Interlagos tinha seu traçado original, com 7.960 metros, o que fazia com que o grande prêmio fosse disputado em “apenas” 40 voltas.
Emerson tomou a ponta logo na largada, seguido pelo brasileiro José Carlos Pace, que havia largado em sexto com um Surtees. Pace, que era conhecido como Moco, no entanto, acabaria abandonando a corrida na nona volta, com problemas na suspensão. Peterson teve menos sorte ainda: abandonou depois de apenas cinco voltas, quando uma das rodas se soltou de seu carro.
Emerson dominou a prova toda e correu tranquilo para a vitória, chegando 13,5 segundos à frente de Jackie Stewart, com um Tyrrell, e de Denny Hulme, com a McLaren, completando o pódio. Curiosamente, aquela havia sido a classificação final do campeonato de 1972.
O GP do Brasil seria a penúltima prova disputada pelo Lotus 72D. E também foi sua última vitória. O carro se despediria da F1 na corrida seguinte, o GP da África do Sul, no qual Emerson largou em segundo e terminou em terceiro lugar. Na corrida seguinte foi substituído pelo Lotus 72E, que levou o brasileiro ao vice-campeonato.
Para alegria dos fãs, no entanto, Emerson Fittipaldi e o Lotus 72D voltaram a Interlagos 40 anos depois. O brasileiro fez uma volta de exibição a bordo do seu lendário carro antes da largada do GP do Brasil de 2013. A foto que ilustra esse texto mostra Emerson voltando aos boxes de Interlagos durante aquela homenagem.
Emerson venceu também o GP do Brasil em 1974, dessa vez com uma McLaren M23, que lhe daria o bicampeonato na Fórmula 1. Em 1975, nova vitória brasileira, a primeira dobradinha da história do automobilismo nacional, com José Carlos Pace em primeiro com uma Brabham BT44B e Emerson em segundo, com a McLaren M23. Em homenagem a Moco, que morreu em um acidente aéreo em 1977, o circuito de Interlagos recebeu o nome de Autódromo José Carlos Pace.
Vale registrar que, embora tenha sido realizada uma prova em 1972, que serviu para homologar o circuito de Interlagos e foi vencida pelo argentino Carlos Reutemann, tal primeira corrida não fez parte do calendário oficial da F1 e não faz parte das estatísticas da categoria. Portanto, a corrida que veremos neste final de semana é a do cinquentenário do GP Brasil.
Fonte: Por Wagner Caldeira
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