Cientista político de Rondônia comenta ‘‘tomada à força’’ de diretórios por parte de Cassol e Marcos Rogério

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Cientista político de Rondônia comenta ‘‘tomada à força’’ de diretórios por parte de Cassol e Marcos Rogério


Na visão João Paulo Viana, o objetivo parece o mesmo: controlar os partidos com a finalidade de maximizar as oportunidades eleitorais

Porto Velho, RO – Em outubro do ano passado, o senador de Rondônia Marcos Rogério, do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, tirou o comando da legenda regional das mãos do colega, o pecuarista Jaime Bagattoli.

Isto, procurando diretamente o presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto.

À ocasião, Bagattoli admitiu sua fraqueza e apesar de procurar diretamente Bolsonaro a fim de se queixar, a mudança foi preservada.

Agora em março de 2024, foi a vez do ex-governador de Rondônia Ivo Cassol “dar uma rasteira” na irmã Jaqueline e no cunhado Luiz Paulo da Silva Batista, marido da ex-deputada e atual secretário de Agricultura do Estado (Seagri/RO).

Sobre essas movimentações à revelia da democracia interna das legendas, o jornal Rondônia Dinâmica ouviu o cientista político João Paulo Viana. Viana é professor de Ciência Política da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e pesquisador do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal (LEGAL).


João Paulo Viana, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) / Reprodução


Na visão dele, “Embora os dois casos tenham suas peculiaridades, o objetivo parece o mesmo: controlar o partido com a finalidade de maximizar as oportunidades eleitorais. No caso do PP, ainda há o fato de que Ivo Cassol, que há tempos planeja retornar ao governo estadual, é contrário à permanência da legenda na base aliada do governador Marcos Rocha (União), além de se tratar de um rompimento num grupo político familiar com forte tradição política no estado”, anotou.

E acrescentou:

“Ambos os casos também demonstram como os partidos são organizações importantes para a democracia. Ainda que muitas vezes gozando de alto descrédito frente à opinião pública, os partidos organizam a competição eleitoral, selecionam candidaturas, formam preferências, canalizam demandas, desempenhando um papel que denominamos na ciência política como "atalhos informacionais"”, pontuou.

Por fim, Viana entende que nos últimos anos os partidos foram dotados pelo legislador de uma quantia elevada de recursos públicos, principalmente, devido à proibição do financiamento eleitoral de empresas. “Assim, torna-se de fundamental importância compreender também como as legendas se comportam em seus processos políticos de organização interna”, concluiu.

LINHA DO TEMPO DOS CASOS DE TOMADA DE LEGENDAS EM RONDÔNIA



Tomada de comando do PL por Marcos Rogério e Valdemar Costa Neto


Data: 03/11/2023

No dia 3 de novembro de 2023, o senador Marcos Rogério, junto com Valdemar Costa Neto, assumiu o controle do Partido Liberal (PL) em Rondônia, substituindo Jaime Bagattoli. Bagattoli reconheceu publicamente a mudança e expressou sua aceitação. A ação política foi conduzida nos bastidores, sem intervenção direta de Jair Bolsonaro, embora Bagattoli tenha buscado apoio do ex-presidente. A mudança no comando partidário destacou a influência de Rogério na política local.



Tomada de controle do PP por Ivo Cassol


Data: 15/03/2024

Em 15 de março de 2024, Ivo Cassol negociou diretamente com o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP), para assumir o controle do partido em Rondônia, substituindo sua irmã Jaqueline Cassol. Jaqueline expressou surpresa com a decisão e mencionou divergências políticas com o irmão. O episódio suscitou debates sobre a representatividade feminina na política, com Jaqueline destacando os desafios enfrentados pelas mulheres nesse meio. Seu marido, Luiz Paulo da Silva Batista, também se manifestou, prometendo esclarecimentos futuros sobre o ocorrido.

Fonte: Por Rondoniadinamica

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