A parlamentar mais atuante da bancada federal rondoniense, na visão deste jornal eletrônico, entra nas fileiras do PP, aumentando ainda mais a força do ex-governador.
Porto Velho, RO – O ex-governador Ivo Cassol, do PP, pode ser considerado um grande blefador no jogo da política. Ele próprio havia desistido quando renunciou à postulação em 2022, antes de ser barrado oficialmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De fato, entre ele e Marcos Rogério, do PL, suas chances eram muito maiores de fazer frente ao reeleito Marcos Rocha, do União Brasil. Infelizmente para o ex-governador do Estado, não conseguiu, à época, testar a incolumidade de sua popularidade.
Se esgueirando devagarzinho de lá pra cá, Cassol veio “comendo pelas beiradas”, dando entrevistas e alfinetando desafetos, quando, finalmente, optou por dar uma “rasteira” na irmã, Jaqueline, retirando-a a fórceps do comando do partido dirigido por ela até então, o Progressistas, mais conhecido como PP.
Sem mandato e flutuando no ostracismo da política, Jaqueline não teve forças para preservar o status de liderança; nem mesmo o marido, Luiz Paulo da Silva Batista, secretário de Agricultura (Seagri/RO) na gestão Rocha, ou seja, com bastante influência política no primeiro escalão da administração pública, conseguiu evitar a queda do casal.
Cassol foi direto a Ciro Nogueira, que é quem manda de fato, e “tratorou” os parentes, demonstrando que, pelo poder, é capaz de podar sua própria árvore genealógica sem sentir remorso.
Essa gana faz do Homem do Chapéu esse fenômeno capaz de sair do quase-esquecimento aos holofotes da atualidade com esforço praticamente zero.
Ainda “comendo quieto” tal qual mineiro, sua última movimentação trouxe, para o seu time, a deputada federal Sílvia Cristina, ex-PDT e agora ex-PL, enfraquecendo o poderio de Marcos Rogério, líder da legenda em Rondônia.
Com menos peças nas mãos, preocupado com a autoimagem em Brasília e deixando a sigla a Deus dará em Porto Velho, por exemplo, sua inanição é um abre-alas ao postulante abraçado por Ivo, o jovem Valdir Vargas.
E é em torno de Vargas que reside o maior conflito interno do PL. Enquanto Rogério opta por enrijecer as próprias predileções e pautas como opositor do governo Lula, do PT, seu colega, Jaime Bagattoli (que levou rasteira dele na condução do partido), queria porque queria se aliar a Ivo Cassol e Valdir Vargas.
Depois do “pito” do ex-presidente Bolsonaro e do mandatário nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, voltou atrás falando num suposto protagonismo do ex-vereador Jaime Gazola, e, aí sim, com Valdir Vargas de vice.
Em suma, essa várzea sem rédeas que se tornou o PL regional criou a primeira fissura onde o veterano Cassol tratou, rapidamente, de aproveitar o vácuo de poder para trazer rapidamente a figura mais atrativa da agremiação para perto de si: Sílvia Cristina.
Distante das brigas de polarização, embora tenha suas opiniões convictas e formalizadas, a parlamentar desempenha um mandato distante das pautas morais, com realizações práticas e acompanhamentos periódicos de fiscalização na área da saúde. Isto, privilegiando sempre que pode a área oncológica.
Esse perfil contribuiu sobremaneira à sua recondução para mais quatro anos de mandato e Cassol, de longe, percebeu esse potencial que se desdobra conforme o tempo passa.
No PP, Sílvia terá menos indecisões e nada de imbróglio de caciques para frear seu ímpeto político.
No fim, essa “bola quicando” do PL deu mais poder ao “exumado” Ivo Cassol, que, no tabuleiro, tratou rapidamente de excluir aliados ruins, como a própria irmã Jaqueline, e trouxe na figura do jovem Valdir Vargas uma opção que pode, dependendo do horizonte, dar dor de cabeça à Mariana Carvalho, do União Brasil.
Mariana, a preferida do Prédio do Relógio – e também predileta do Palácio Rio Madeira –, com Léo Moraes, do Podemos, na contenda eletiva, um Valdir Vargas fortalecido por Cassol e outros nomes, não terá vida tão fácil quanto seus aliados querem fazer crer.
Não se enganem os leitores e eleitores: o pleito de 2024 já começou.
Fonte: Por Rondoniadinamica
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