Incêndios florestais consomem Amazônia sob a inércia do governo Lula (Foto: Christian Braga/Greenpeace)
Porto Velho, RO - Mais de dois anos após iniciar sua campanha presidencial acusando seu rival Jair Bolsonaro (PL) de ser inimigo do meio ambiente, o presidente Lula (PT) finalmente ensaia mobilizar esforços para tentar conter o recorde de incêndios na Amazônia. Pressionado pelos governos estaduais da Amazônia Legal, o governo articulou frentes de atuação integrada em 21 municípios de três regiões que concentram metade dos focos de incêndios florestais.
A iniciativa deve ir além da proposta de taxar super-ricos exposta pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, diante de uma Amazônia em chamas como nunca vista em 17 anos. E foi anunciada após reunião, no Palácio do Planalto, com governadores e representantes do nove estados da Amazônia Legal, além do Mato Grosso do Sul.
O secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial da pasta de Marina, André Lima, detalhou que as três áreas prioritárias ficam entre Porto Velho (RO) e Humaitá (AM), na abrangência da BR-319; a região de Apuí (AM), por onde passa Rodovia Transamazônica (BR-230); e a região de Novo Progresso, no oeste do Pará, por onde passa a BR-163.
Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. (Foto: EBC).
Além da Polícia Federal, polícias estaduais e outras agências estaduais, atuarão nas frentes o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O governo afirma que cerca de 360 frentes de incêndios já atuam na região Norte, com mais de 1,4 mil brigadistas. Ainda assim, 59 mil focos de fogo foram registrados desde janeiro, na gigantesca floresta tropical, maior número desde 2008, espalhando fumaça e as cinzas da Amazônia por dez estados brasileiros.
A articulação ainda não é o fim da inércia do governo de Lula, já que a organização desse esforço conjunto deve ocorrer ao longo das próximas semanas, coordenada pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman).
PF e responsabilidade conjunta
A ministra Marina Silva explicou que o governo federal tem responsabilidade sobre cerca de 60% da região amazônica, pois protege unidades de conservação, terras indígenas e assentamentos. Enquanto os outros 40% são de responsabilidade dos estados. E defendeu que “o fogo não é estadual nem municipal”, ao dizer ter o governo federal atuando em 74% das frentes de incêndio.
“Com esse esforço, esperamos que essas frentes que estão sendo agora organizadas nesse formato nos ajudem a aumentar nossa capacidade de dissuadir, porque haverá investigação da Polícia Federal”, afirmou.
“Com esse esforço, esperamos que essas frentes que estão sendo agora organizadas nesse formato nos ajudem a aumentar nossa capacidade de dissuadir, porque haverá investigação da Polícia Federal”, afirmou.
Fonte: Por Davi Soares
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