A política do prende e solta e a ofensa de Lewandowski aos policiais

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A política do prende e solta e a ofensa de Lewandowski aos policiais


Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Porto Velho, RO - É particularmente perturbadora a entrevista concedida pela médica Marília Dalprá, de 67 anos , ao jornal O Estado de S. Paulo. Ela foi vítima de um assalto enquanto corria em uma rua de São Paulo. Abordada por dois criminosos em uma moto, acabou com quatro costelas quebradas, o pulmão perfurado e com mordidas em uma das mãos. A experiência traumática dela é representativa da realidade brasileira, mergulhada em uma violência e criminalidade cada vez mais banais e cruéis.

“Deu para ouvir o barulho das minhas costelas quebrando com um dos chutes”, disse a médica, que também descreveu a intenção de um dos bandidos em tirar sua aliança com mordidas: “Falei que não ando com celular quando corro. Ele olhou minha mão e falou: ‘aliança”. Mas falei que a aliança não saía fácil. Ele então tentou arrancar a aliança com os dentes. Mordeu minha mão em vários lugares”, relata.

A indústria do prende e solta não é responsabilidade da polícia, é resultado de quem vê o problema da violência desde longe, no ambiente palaciano de Brasília

Em fevereiro, outro caso chocante da criminalidade. Na cidade de Tramandaí, no litoral gaúcho, uma garota de 9 anos foi raptada por homem com várias passagens pela polícia. Ela foi achada pela polícia dentro de um alçapão de concreto e relatou que foi abusada sexualmente. O autor do crime foi linchado pela população local e acabou morto antes mesmo de ser levado para a delegacia pelas autoridades. O que um abusador com folha corrida fazia na rua é a pergunta que todos fazem.

Ricardo Lewandowski tem uma tese. Para ele “a política prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”. Durante uma entrevista no programa “Encontro com Patrícia Poeta”, da TV Globo, a capitã da Policia Militar, Jaqueline Pereira respondeu o ministro da Justiça de forma eloquente. Soltou no palco um rolo de papel com ficha corrida de um criminoso que já havia sido preso 16 vezes e foi solto pela Justiça. Segundo Lewandowski, vai ver que pela incompetência das forças de segurança e, talvez, até da própria capitã.

A crescente impopularidade de Lula está atrelada muito aos indicadores de inflação, mas também aos de segurança e criminalidade. Em um recente evento no Ceará, o presidente afirmou que “lugar de bandido não é na rua, assaltando pessoas”, e que “não pretende "permitir que a República de ladrões de celular comecem a assustar as pessoas nas ruas desse país". Que bom. É o mínimo a se dizer.

Lula, que vive cercado de seguranças, está descobrindo agora que as pessoas comuns, principalmente as mais pobres, se encontram sequestradas pela criminalidade. Convém agora advertir seu ministro da Justiça que não ajuda em nada insultar e desmoralizar o trabalho de milhares de oficiais por todo o país que, mesmo com problemas de equipamento, inteligência, treinamento e amparo legal, colocam suas vidas em risco ante grupos criminosos cada vez mais armados e organizados. A indústria do prende e solta não é responsabilidade da polícia, é resultado de quem vê o problema da violência desde longe, no ambiente palaciano de Brasília.

Fonte: Por Guilherme Macalossi

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