
Surfista Luana Silva, de apenas 20 anos de idade. (Foto: Reprodução/Instagram/Acervo Pessoal).
Porto Velho, RO - A madrugada deste domingo (27) foi de orgulho para o surfe brasileiro. Aos 20 anos, Luana Silva cravou seu nome entre as grandes ao conquistar o vice-campeonato da etapa de Bells Beach, na Austrália, válida pelo Circuito Mundial da WSL (Liga Mundial de Surfe). Foi a primeira vez que a jovem atleta chegou a uma final do Tour principal — e ela fez bonito.
Filha de brasileiros, mas nascida no Havaí — uma das mecas do surfe mundial — Luana representa o Brasil com a garra de quem sabe de onde veio e para onde quer ir. Na decisão deste domingo, ela enfrentou a australiana Isabella Nichols, que surfou com muita precisão para vencer com um somatório de 16,26 a 12,67. Mas a brasileira não saiu derrotada: saiu consagrada.
“Estou muito orgulhosa do meu desempenho. Estou feliz por ter superado alguns bloqueios mentais, obstáculos mentais que não conseguia superar no começo. É uma grande conquista para mim”, declarou Luana após sair da água, visivelmente emocionada.
Uma temporada para lembrar
O resultado em Bells Beach consolida o excelente momento da surfista em 2024. Luana já havia vencido o Mundial Júnior da WSL neste ano, um título que a colocou sob os holofotes como um dos nomes mais promissores da nova geração do surfe brasileiro — especialmente no circuito feminino, que busca manter o país entre os protagonistas, como aconteceu com Tatiana Weston-Webb nos últimos anos.
Na competição australiana, Luana foi ganhando confiança a cada bateria. Ela eliminou nomes experientes como a havaiana Bettylou Sakura Johnson e a multicampeã Carissa Moore (que está em hiato do circuito), mostrando que o talento e o sangue brasileiro pesam — mesmo em mar revolto.
Domínio australiano nas ondas
Se no feminino a vitória ficou com Nichols, no masculino a festa também foi da casa. Jack Robinson, um dos surfistas mais técnicos do Tour, venceu a final masculina e mostrou que está em grande forma para brigar pelo título mundial este ano. Com um surfe sólido e criativo, ele superou o também australiano Ethan Ewing.
E o Brasil no masculino?
O Brasil teve nomes fortes no masculino em Bells Beach, mas sem chegar à decisão. Filipe Toledo, bicampeão mundial, segue em recuperação após anunciar uma pausa no início do ano. Já João Chianca, o “Chumbinho”, foi eliminado nas fases intermediárias, ainda tentando reencontrar o ritmo após seu grave acidente em Pipeline, em 2023. Yago Dora e Italo Ferreira também fizeram boas apresentações, mas pararam antes das semifinais.
O futuro é agora
Luana Silva não saiu de Bells Beach com o troféu dourado, mas saiu com algo que talvez valha ainda mais: a certeza de que pode bater de frente com as melhores do mundo. E o surfe brasileiro, cada vez mais potente no masculino, começa a se renovar também no feminino — com a força de uma nova geração que vem com tudo.
E, como diria o tradicional sino de Bells, tocado sempre pelo(a) campeão(ã) da etapa: o barulho que Luana fez vai ecoar por muito tempo.
Fonte: Por Mael Vale
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