Porto Velho, RO - O presidente Donald Trump anunciou que irá taxar os produtos brasileiros em 50% a partir de sexta-feira, 1º. Independentemente do que venha a ocorrer, o próprio governo brasileiro se encarrega de encarecer a produção por meio de impostos pesados. No caso do suco de laranja, por exemplo, a carga tributária é 30 vezes maior do que a aplicada nos Estados Unidos.
A soma dos impostos sobre o suco industrializado, produzido e consumido no mercado interno chega a 31,5% no Brasil, de acordo com Antônio Cabrera, ex-ministro da Agricultura. Nos EUA, a taxação é de apenas 1%, explica o especialista.
O Brasil é o maior produtor de suco de laranja do mundo: fornece cerca de 80% da oferta global. Já os EUA lideram o ranking do consumo, e metade do que é servido por lá tem origem na indústria brasileira.
Ao longo de 2025, os norte-americanos devem consumir quase 500 mil toneladas da bebida. A porção brasileira, no mesmo intervalo, será de menos de 60 mil toneladas. Uma diferença de 8 para 1.
Além dos impostos no suco de laranja
Além dos impostos excessivos, o setor enfrenta altos custos de transporte e logística. Segundo o ex-ministro, colher e transportar a fruta representa 44% dos gastos dos agricultores. O valor levou parte deles a avaliar a possibilidade de deixar a fruta no pé: é mais barato perder do que colher.
Diferentemente do que ocorre nos EUA, as perdas no Brasil podem passar de uma geração para outra. Se um produtor brasileiro de laranja (ou de qualquer outra cultura) quiser, por exemplo, transferir a terra para um filho, terá de pagar outros impostos — e perder ainda mais riqueza.
Fonte: por revistaoeste
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