Acareação de Toffoli é plano da defesa para reverter liquidação do Master, diz jornal

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Acareação de Toffoli é plano da defesa para reverter liquidação do Master, diz jornal

O ministro do STF, Dias Toffoli no 29º Congresso ABRAMGE, no teatro Santander. (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Porto Velho, RO
- A acareação determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, no caso do banco Master, integraria um plano da defesa para comprometer a credibilidade do Banco Central (BC) até o ponto de anular a investigação por fraude e reverter sua liquidação. Segundo informações do jornal O Globo, o procedimento em pleno recesso do judiciário serviria ao plano de salvar o banco e até de ser indenizado depois pela liquidação.

Toffoli marcou para esta terça (30) um procedimento de acareação entre o ex-presidente do Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino Santos. O inquérito investiga um suposto esquema de emissão e venda de títulos de crédito do Banco Master sem dinheiro real envolvido, com prejuízos estimados em até R$ 12,2 bilhões para o BRB, que é público. A investigação se encontra em fase inicial, portanto não haveria relatos a serem confrontados.

O objetivo, segundo a reportagem da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, seria a criação de fatos que pudessem comprometer a credibilidade do BC, com o objetivo de anular toda a investigação e até de inverter a lógica da culpa, responsabilizando o BC.

Liquidar o banco Master teria sido uma decisão colegiada da instituição que regula juros e a própria economia do país, com a participação até do presidente da instituição, Gabriel Galípolo. A acareação foi determinada por Toffoli em meio à pressão sobre o ministro Alexandre de Moraes, que em um único dia teria ligado seis vezes para Galípolo em busca de informações sobre o negócio.

"O objeto da investigação cinge-se à apuração das tratativas que orbitaram a sessão de títulos entre instituições financeiras — sob o escrutínio da autoridade monetária conforme disposição legal —, é salutar a atuação da autoridade reguladora nacional e sua participação nos depoimentos e acareações entre os investigados”, justificou Dias Toffoli, citado pela Agência Brasil.

Um dia antes de aceitar a relatoria do caso, Toffoli viajou de carona a Lima num jatinho de um empresário, tendo como colega de viagem o advogado de um dos investigados.

Resgate com Vorcaro no comando

Ainda de acordo com o jornal O Globo, a possibilidade de ser determinada uma providência mais drástica pelo BC teria sido aventada no início do ano, após a notícia de que o BRB compraria 58% do Master, com Vorcaro mantido na presidência. A permanência dele no comando do Master teria mostrado o caráter de resgate financeiro na operação com o BRB.

Além disso, nesta mesma época o Master teria parado de realizar depósitos compulsórios ao BC e passado a pedir a abertura de linhas de crédito, o que mostraria os indícios de problemas no caixa do banco.

Um dos personagens da acareação, Ailton de Aquino Santos, tinha uma reunião marcada com Vorcaro antes de sua prisão, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A defesa de Vorcaro usou esta evidência como prova de que o banqueiro não teria plano de fuga e que teria informado a viagem ao BC.

Advogados do BC alertaram para o risco de a acareação representar “armadilhas processuais” e pediram o cancelamento da acareação, mas Toffoli manteve o procedimento.

Fonte: Por Hermano Freitas

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