Enquanto a esquerda protege o crime, a polícia protege o povo

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Enquanto a esquerda protege o crime, a polícia protege o povo

Comando Vermelho se expandiu no país e está presente em todos os conflitos de facções. (Foto: Antonio Lacerda / EFE)

A operação deflagrada no dia 28 de outubro de 2025 no Complexo do Alemão e na Penha é, sob todos os ângulos, uma ruptura inevitável com o pacto silencioso que permitia às facções armadas do crime exercerem poder paralelo em favelas do Rio. Segundo dados oficiais, 121 mortos foram contabilizados no primeiro balanço da Polícia Civil do RJ. Se o Estado recuasse diante desse poder, estaria confirmando o seu abdicar.

Os relatórios preliminares apontam que entre os alvos estavam chefes estaduais do Comando Vermelho (CV), provenientes de vários estados: Pará, Bahia, Amazonas, Goiás e Espírito Santo. Se a letalidade do Estado assusta, a letalidade do tráfico intimida há décadas: execuções sumárias, controle territorial, terror urbano, crianças recrutadas, armas de guerra circulando livremente.

É aqui que muitos tremerão ao ler, sim, centenas de mortes podem ocorrer numa grande operação. O que se questiona, contudo, é se essas mortes são piores do que as dezenas de mortes mensais que o tráfico produz. Pesquisas de opinião apontam apoio majoritário da população à operação. Ora, se a maioria apoia, talvez ela vislumbre o “mal menor” que o Estado teve de assumir.

É curioso, para não dizer revoltante, que em meio à comoção midiática e às vozes inflamadas de setores da esquerda, pouco se fale dos homens e mulheres que enfrentaram de frente o terror armado. Policiais civis e militares que, ao contrário dos que discursam de gabinete, subiram o morro sabendo que poderiam não voltar.

Não se trata de glorificar o derramamento de sangue, mas de reconhecer que, em certas condições, a letalidade de confronto talvez seja menos pior que a letalidade da impunidade

Enquanto partidos progressistas e movimentos alinhados tentam pintar a ação como “genocídio”, esses mesmos grupos mantêm diálogos amistosos com lideranças comunitárias que, em muitos casos, servem de ponte política e logística para facções criminosas. É o paradoxo perfeito: quem vive do discurso dos direitos humanos, cala diante das violações praticadas pelo tráfico, se cala diante do menino armado, mas grita quando o Estado reage.

Esses policiais são heróis autênticos, a linha de frente que separa o cidadão honesto da barbárie. Arriscaram a vida sem hesitar, com disciplina, honra e patriotismo. Não há nada a corrigir, nada a lamentar, apenas a aplaudir. Libertaram comunidades inteiras do domínio de criminosos e devolveram a muito a dignidade a tanto tampo perdida. São o exemplo de coragem e dever cumprido que deveria inspirar todo brasileiro.

Quando a força do crime ultrapassa a normalidade e constitui “governo alternativo” em regiões inteiras, a alternativa ao confronto não é “esperar” ou “dialogar”, é ceder. Esta operação é a resposta de um Estado que se cansou de ser refém.

Se a letalidade do Estado (121 mortos num dia) choca, a letalidade e o controle do tráfico chocam ainda mais, quantos não morreram antes, quantas vidas foram destruídas sob a lógica do medo silencioso? Não se trata de glorificar o derramamento de sangue, mas de reconhecer que, em certas condições, a letalidade de confronto talvez seja menos pior que a letalidade da impunidade.

Sim, os mortos devem ser identificados, há que haver perícia, cadeia de custódia, apuração rigorosa. Mas se exigirmos perfeição prévia ao agir, não agiremos nunca e o crime vai cobrindo território, expandindo influência. O Estado tem de agir, e depois se prestar contas; não pode ficar à espera de condições “perfeitas”.

Há algo mais perigoso do que o crime armado: o discurso conivente travestido de empatia. O mesmo discurso que, em nome de direitos humanos seletivos, condena os que enfrentam a criminalidade, mas nunca os que a financiam. A esquerda radical tenta transformar os policiais em vilões, porque precisa que a narrativa da opressão sobreviva, sem “opressor”, não há “resistência” para vender. É um teatro cínico, custeado por uma ideologia que há décadas se alimenta do fracasso alheio.

Esses críticos não sobem o morro. Não enterram companheiros. Não protegem moradores de bala perdida. Não seguram o corpo de um colega morto. E, mesmo assim, se acham no direito de julgar, a quilômetros da linha de fogo, o que chamam de “excesso”. Sim, foi uma operação dura, sangrenta, e talvez até imperfeita. Mas foi, sobretudo, um ato de soberania. Um lembrete de que o Estado ainda existe, de que há quem tenha coragem de enfrentar o crime sem pedir desculpas por existir.

Esses homens, tachados de genocidas por militantes e ONGs, são, na verdade, os guardiões do que resta de civilização em meio ao caos urbano. Enquanto o discurso complacente da esquerda tenta transformar criminosos em vítimas, a tropa fardada mostrou que há limites, e que, no Brasil, finalmente, alguém decidiu impô-los à força.

   * Gregório Rabelo, advogado e empresário, é especializado em Direito Constitucional e Legislativo. Atua como assessor jurídico-legislativo na Câmara dos Deputados.

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