Agência Espacial isola área onde caiu suposto foguete de Elon Musk no Paraná

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Agência Espacial isola área onde caiu suposto foguete de Elon Musk no Paraná


Peça, que pode ser de um foguete, tem 6 metros de diâmetro por 4 metros de comprimento.| Foto: Acervo pessoal/João Ricardo Portes

Porto Velho, RO
- Uma equipe da Agência Espacial Brasileira esteve na tarde desta sexta-feira (18) em uma propriedade rural de São Mateus do Sul investigando o que tudo indica ser parte de um foguete que caiu na região na semana passada. Moradores da região avistaram uma série de bolas de fogo no céu na madrugada do último dia 8 de março – segundo especialistas, esses objetos incendiários eram pedaços de lixo espacial que começaram a pegar fogo ao entrar na atmosfera.

Em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, João Ricardo Portes, dono da propriedade onde uma das peças caíram, contou que equipes da agência tinham acabado de sair da propriedade. “Vieram aqui, olharam, analisaram, fizeram um milhão de perguntas. Fizeram toda uma avaliação, isolaram a área, cobriram a peça e definiram um ponto de identificação exato no local da queda. A partir de agora, ninguém mais pode chegar perto nem tocar na peça. Foi tudo isolado pelo pessoal da agência”, detalhou.

O lixo espacial visto em chamas nos céus da região, assim como a peça encontrada na propriedade de Portes, pode ser resto de foguetes da empresa SpaceX, de propriedade do milionário americano Elon Musk. “Se trata do corpo de um foguete do Falcon 9, que foi lançado no dia 19 de dezembro de 2021, na Califórnia [EUA], com o objetivo de levar satélites Starlink, que vão trazer internet para todo o planeta”, explicou o astrônomo do Observatório Nacional Carlos Rutz, em entrevista ao portal G1.

A explicação foi a mesma dada pela equipe da Agência Espacial Brasileira ao proprietário rural de São Mateus do Sul. “Eles nos explicaram mais ou menos o que aconteceu. Parece que isso aqui fazia parte de um foguete de uma empresa de um milionário dos Estados Unidos. Era para ter se desprendido em um outro momento lá do foguete, mas acabou se soltando na hora errada, nos falaram. Agora eles disseram que isso vai ser passado para a esfera nacional, que vai entrar em contato com esse milionário para que ele se movimente para vir aqui retirar esse material”, relatou.

A reportagem entrou em contato com a Agência Espacial Brasileira, e aguarda um posicionamento oficial do órgão sobre a visita a São Mateus do Sul.

Agricultor acordou assustado com o estrondo da queda


Portes confirmou à reportagem que dormia com a esposa no momento da queda do objeto, e que não viu as bolas de fogo cruzando o céu. Mas o som do impacto da peça com o chão do sítio ainda não saiu da cabeça do produtor rural.

“Eu não vi as bolas de fogo no céu no dia. A gente estava dormindo com as janelas abertas, estava fazendo calor. Era umas dez para as cinco da manhã e eu ouvi um zunido passando por cima da casa e um estrondo, parecia que estava desmontando tudo no sítio. Na hora eu e minha esposa saímos para olhar, porque aquilo não era um barulho de trovão. Olhamos para um lado, nada. Olhamos para o outro, nada também”, lembrou.

Desde o dia da queda choveu muito na região do sítio, o que impediu o produtor rural de fazer uma busca mais detalhada na propriedade. Mas na última quarta-feira (16), depois que a chuva cedeu, Portes foi vasculhar o terreno para ver o que tinha causado tanto barulho. “Estava andando e vi aquela coisa estranha. Na hora achei que era uma barraca e pensei: ‘pronto, invadiram meu terreno’. Daí cheguei mais perto e vi que era essa peça”.

Ao ver o objeto, que tem aproximadamente 6 metros de diâmetro por 4 metros de diâmetro, o produtor se deu conta da sorte que teve ao não ter sido atingido pela peça. “A nossa maior sorte foi que esse pedaço de foguete caiu reto. Se tivesse caído meio que na diagonal tinha destruído a nossa casa com a gente tudo dentro. Deixou um rastro na terra, rasgou a erva-mate, machucou as araucárias que estavam no caminho, abriu um buraco e afundou o capim que tinha em volta”, contou.

Agora, tudo o que o produtor rural quer é que a vida volte ao normal na propriedade. “O meu sítio, onde a gente produz nossa erva-mate, agora é um lugar de interesse para o planeta todo. Um sítio simples acabou tomando uma proporção enorme. Nunca na minha vida, imaginei que um dia eu iria viver para ver cair um pedaço de foguete lá do espaço no meu quintal, Deus me livre”, brincou o agricultor.

Fonte: Por Fábio Calsavara

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