Alemanha muda Constituição e desbloqueia € 100 bi para modernizar Exército temendo avanço russo

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Alemanha muda Constituição e desbloqueia € 100 bi para modernizar Exército temendo avanço russo


Discussões complexas, no entanto, foram necessárias antes da decisão, defendida pelo chanceler alemão, Olaf Scholz.

Porto Velho, RO
- Oportunismo ou necessidade? Na noite de domingo (29), o governo e a oposição conservadora da Alemanha chegaram finalmente a um acordo para flexibilizar as regras orçamentárias da Constituição alemã, a fim de desbloquear € 100 bilhões para modernizar seu Exército, "diante da ameaça russa". Discussões complexas, no entanto, foram necessárias antes da decisão, defendida pelo chanceler alemão, Olaf Scholz.

"A Alemanha precisa de aviões que voem, navios que naveguem e soldados que estejam devidamente equipados. Em seu discurso ao Bundestag (Parlamento alemão) alguns dias após a invasão russa da Ucrânia, o chanceler Olaf Scholz surpreendeu a todos com um anúncio que romperia com o subfinanciamento crônico da Bundeswehr, como são conhecidas as Forças Armadas alemãs.

O fundo deve, a partir de agora, ser usado para modernizar um exército subequipado e deve estar ancorado na Constituição para ser efetivado, o que exigiu um acordo com os conservadores da oposição, para alcançar a maioria necessária de dois terços para desbloquear o investimento bélico.

Ao colocar os € 100 bilhões em cima da mesa, o governo de Olaf Scholz se compromete também a cumprir as metas dos países da OTAN de gastar 2% de sua riqueza nacional em despesas militares.

"Somente para equipamentos militares"


Para o ministro das Finanças alemão, que quer voltar no próximo ano às rígidas regras orçamentárias suspensas por causa da pandemia, este fundo tem a vantagem de não ser levado em conta no cálculo do déficit.

Mas discussões exaustivas precederam o acordo no domingo 29 de maio e o fundo será usado apenas para equipamento militar, como queria a oposição.

A médio prazo, a Alemanha quer atingir o objetivo da OTAN com despesas militares, mas será que o ministro da Fazenda, que quer reduzir o déficit, vai aceitar isso, e será que os investimentos nas Forças Armadas serão bem aproveitados?

Os prazos extremamente longos entre os pedidos de equipamentos e a entrega implicam reformas estruturais no exército alemão, que levarão tempo para oferecer resultados em relação ao dinheiro extra investido.

Guerra produz corrida armamentista


A guerra da Rússia, às portas da Europa, já produziu um grande vencedor no mercado de ações: a indústria de defesa, impulsionada por novos pedidos de armamentos por parte de diversos Estados, além de declarações de intenção de compra de governos europeus. Ainda em março deste ano, todas as principais empresas europeias de defesa viram suas ações disparar, sendo que as bolsas estavam, em sua maioria, em baixa.

Segundo a imprensa europeia, foram os anúncios feitos pelo chanceler alemão Olaf Scholz que deixaram os mercados eufóricos. Berlim se despede então de sua tradição pacifista e não-intervencionista, negociada depois do desastre da Segunda Guerra Mundial, e planeja agora gastos enormes para modernizar seu Exército.

Fonte: Por RFI

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