Durante três dias foram realizadas diversas atrações, como um casamento indígena, que pode ser acompanhado por toda comunidadePorto Velho, RO - Em homenagem ao Mês da Cultura Indígena, foi realizado nos dias 25, 26 e 27, o 1º Evento de Etnoturismo do Povo Ikòlóéhj “Conectando o Empreendorismo com a Floresta”, mais conhecido como Povo Gavião, em Ji-Paraná. As atrações foram realizadas na Terra Indígena Igarapé Lourdes no espaço CSBIO – Cooperativa Sebirop de Biodiversidade, onde residem os povos Arara e Gavião, que recebeu autoridades, representantes de povos originários de várias partes do Estado e toda a comunidade, inclusive servidores do fórum de Ji-Paraná, que tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre a cultura dos povos originários.
O juiz Maximiliano Darcy David Deitos, idealizador do Projeto Colhendo Sementes, Construindo Viveiros, Plantando Florestas, do Tribunal de Justiça de Rondônia, foi homenageado no evento, recebendo a honraria de ser batizado como parte integrante do Povo Gavião pelo trabalho desenvolvido junto aos povos indígenas do Estado e na proteção do meio ambiente. Em 2024, o projeto teve reconhecimento nacional, com o Prêmio Innovare, do Conselho Nacional de Justiça/ Rede Globo.
Durante os três dias foram compartilhados conhecimentos ancestrais com apresentações culturais, trilhas interpretativas e visita à castanheira de mais de 30 metros de altura, oficinas de artesanato, culinária tradicional (espeto de gongo), rodas de conversa, danças tradicionais ao som da taboca, desfile de biojóias, e outras experiências únicas.
Destaque na programação foi o casamento indígena tradicional realizado na presença de todos, fato que emocionou o público. Também foi inaugurada a maloca indígena (uma espécie de casa comunitária), comercializado artesanato, servido a tradicional bebida macaloba e compartilhado conhecimento sobre os medicamentos da floresta e aplicação de medicina indígena.
Prêmio Innovare
Em seu discurso, o Juiz Maximiliano Deitos, um entusiasta da causa indígena, falou sobre a importância da preservação ambiental para a presente e futuras gerações e que os indígenas são os verdadeiros guardiões da floresta, contribuindo para minimizar os efeitos da crise climática de nosso planeta terra.
Ele entregou uma réplica do Prêmio Innovare (o original está no edifício sede, em Porto Velho), ao cacique Weliton da etnia Gavião, em nome dos 38 povos doEstado, que residem em 20 terras já demarcadas – totalizando mais de 6 milhões de hectares, preservando a biodiversidade, os recursos hídricos e o nosso maior patrimônio nacional, a Floresta Amazônica.
Reconhecimento
O Cacique falou sobre as mudanças nas aldeias, desde que o juiz começou com as atividades do projeto de viveiros, já que a aquisição de sementes é feita diretamente aos povos indígenas gerando renda ao seu povo (já foram adquiridas mais de 5 toneladas de sementes nativas ) e, também, com a doação de madeira apreendida, um dos objetivos do premiado projeto, que serviram para construção de casas, espaço de etnoturismo com energia solar (em parceria com a Vara de Execuções Penais) e da Maloca na Rondônia Rural Show.
Autoridades, como as lideranças indígenas Leandro Arara e Josias Gavião, filho do homenageado cacique Catarino Sebirop (in memorian), o prefeito Affonso Cândido, o deputado Estadual Nim Barroso, a deputada Federal Silvia Cristina e o senador Marcos Rogério discursaram, elogiando a organização do evento e fizeram discursos enaltecendo a iniciativa do Projeto Colhendo Sementes, Construindo Viveiros, Plantando Florestas.
O encontro foi idealizado pelo Sebrae, Assiza, CSBIO, Ifro Campus Ji-paraná, Redinova, UNI Internet e contaram com o apoio do Tribunal de Justiça de Rondônia, Sesc, Semictur, Emater, Corpo de Bombeiros, PRF, BPA, Setur, SI, Credisis, Cresol, VipCAr, Acripar, Pescados Zaltana e Rodrigues, Chiquinho, Elis Abelha e Arcênio Feira da Roça, dentre outros.
Fonte: TJ/RO
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