
Presidente Lula visitou Moscou, na Rússia, e Pequim, Na China, em meio ao escândalo do INSS no Brasil (Foto: Maxim Shemetov / POOL / EFE)
Porto Velho, RO - Lula em Moscou aderiu ao eixo político anti-americano. Em Pequim, ou Beijing, aderiu a um eixo econômico, abrindo o Brasil para a China. Foi anunciado que haverá investimentos em delivery, veículos, química, indústria farmacêutica, bebidas, mineração, informática e, aí, entra inteligência artificial. Uau. Vão concorrer com brasileiros.
Imagino: delivery? Vão concorrer com o motoboy brasileiro? É isso? Uau. E Lula disse: “Brasil e China são parceiros incontornáveis, porque o Brasil precisa da China e a China precisa do Brasil.” Lá do outro lado do mundo, um precisa do outro. De repente, passou a precisar... no governo do PT.
Em Moscou, Lula deu uma entrevista dizendo que o escândalo dos descontos aplicados a idosos fragilizados, que recebem benefícios do INSS, não envolveu dinheiro público, mas sim o dinheiro deles, dos próprios idosos. Vocês entenderam? Se não entenderam, é porque não fazem parte do público para quem o presidente da República acha que pode apresentar uma falácia.
Ao dizer isso, ele está supondo que as pessoas não têm neurônios. Sim, o dinheiro nasceu do nada e foi parar no bolso dos aposentados e pensionistas como por mágica. Está enrolando.
Tenta responsabilizar o governo anterior, que, ao contrário, editou uma medida provisória e depois um decreto justamente para proteger aposentados e pensionistas de descontos não autorizados. Estabeleceu métodos e exigências de cadastramento que a esquerda, por sua vez, tentou suavizar — como o caso do recadastramento anual que passou a ser trienal — e depois trabalhou para derrubar completamente, alegando que os sindicatos estavam sendo prejudicados.
O resultado? Quando chegou ao governo Lula, os descontos dispararam. Subiram como um foguete.
Agora, até um ex-senador está reclamando: Jaime Campos, de Mato Grosso, afirmou que foram descontados R$ 1.100 de sua aposentadoria desde março de 2024. Até senador foi enganado. Segundo ele, não autorizou nada.
O valor foi cobrado por uma tal “Caixa de Assistência de Aposentados e Pensionistas”, que está na lista de entidades sob investigação.
CPI que o governo teme e tenta enterrar nos bastidores
Enquanto isso, a ministra Gleisi Hoffmann e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, se movimentam para evitar a instalação de uma CPI mista sobre o caso — formada por deputados e senadores. No Senado, a CPI está praticamente garantida. Mas Lula levou o senador Davi Alcolumbre para Moscou e para a China.
Com Alcolumbre, nada anda. E Hugo Motta está no centro da discussão sobre o que a Câmara fará. Agora, a Casa deve responder ao Supremo Tribunal Federal, depois que a Primeira Turma decidiu, por unanimidade, que a resolução da Câmara — aprovada com 319 votos e convertida em lei — “não é bem assim”. Ou seja: o Supremo tem mais poder sobre leis do Legislativo do que o próprio Legislativo.
Críticas a Trump revelam o atraso do Planalto
Voltando à viagem de Lula à China, o presidente leu um discurso desatualizado. Enquanto Estados Unidos e China anunciavam um acordo sobre tarifas, Lula criticava as tarifas de Donald Trump — que nem estão mais em vigor. Na época de Trump, os EUA aplicavam 145% de tarifa sobre a China, que revidava com 125%. Atualmente, a China cobra 10% sobre os EUA, e os EUA, 30% sobre a China.
Alguém precisa avisar Lula antes dele discursar. Talvez sua assessoria não entenda chinês... Pode ser isso.
Quando o assistencialismo desestimula o trabalho
E, por fim, cito palavras do ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, ex-deputado por muitos mandatos, do Rio Grande do Sul. Ele lembrou o óbvio: estão dando muitos benefícios. Bolsa isso, bolsa aquilo, bolsa de todas as formas. Resultado? As pessoas não querem mais trabalhar, porque recebem a bolsa. Só que o governo não cria riqueza — quem cria é o pagador de impostos.
E a conta é simples: cada vez mais pessoas recebem, e proporcionalmente menos pessoas produzem. Como disse Augusto Nardes: “Tem que ensinar a pescar. Porque há poucos pescadores e, daqui a pouco, vai faltar peixe para quem só quer comer e não quer pescar.”
Fonte: Por Alexandre Garcia
0 Comentários