Ratinho Junior aparece pela primeira vez com chances de bater Lula, mas Tarcísio ainda é o governador mais bem colocado. (Foto: Ricardo Rimoli / Governo do Estado de SP)
Porto Velho, RO - O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), entrou para o grupo de potenciais candidatos que podem bater o presidente Lula nas eleições de 2026, segundo a pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (5). De acordo com o levantamento - que simulou oito cenários de segundo turno - o paranaense teve a preferência de 38% do eleitorado, tecnicamente empatado com o petista com 40% das intenções de voto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Na pesquisa Quaest de março, Ratinho Jr. teve 35% das intenções de voto contra 42% de respostas dos entrevistados favoráveis a Lula. O governador gaúcho Eduardo Leite, que trocou recentemente o PSDB pelo PSD, também passa a fazer parte dos nomes de oposição ao governo petista nos cenários estimulados da Quaest.
Incluído pela primeira vez no levantamento de possíveis confrontos no segundo turno contra a reeleição de Lula, o governador do Rio Grande do Sul foi citado por 36% dos entrevistados, empatado no limite da margem de erro com o atual presidente. Internamente, Ratinho Junior e Eduardo Leite disputam a preferência da executiva nacional do PSD, presidido pelo cacique Gilberto Kassab, na disputa por uma vaga na corrida ao Planalto.
A pesquisa também aponta que Ratinho Junior se tornou mais conhecido do eleitorado nos últimos meses. O percentual de entrevistados que afirmam que conhecem e podem votar no paranaense subiu de 17% para 23% no comparativo entre os levantamentos de janeiro e maio. A rejeição diminuiu de 32% para 29% no mesmo período, mas o nível de desconhecimento do eleitor ainda é de 51%. No último levantamento, 16% responderam que conhecem e que podem votar em Leite, enquanto 31% rejeitam o nome do governador gaúcho na corrida presidencial. A taxa de desconhecimento é de 53%.
Eleições: Ratinho Junior e Tarcísio de Freitas são beneficiados por desaprovação de Lula
Na avaliação do cientista político e professor universitário Doacir Quadros, como incumbente do cargo presidencial, o presidente Lula tem maior visibilidade, mas terá o desafio de explorar isso de uma forma positiva, principalmente após o escândalo de corrupção no INSS. Segundo ele, o índice ideal de aprovação com base no histórico de reeleições no país é de pelo menos entre 45% a 55%. A última pesquisa Quaest aponta 57% dos brasileiros desaprovam a gestão petista e 40% dos eleitores aprovam o governo Lula.
Para Quadros, a impopularidade de Lula abre um espaço que pode ser ocupado pela oposição, o que coloca os nomes dos governadores de direita e centro-direita como opções para a corrida eleitoral de 2026, principalmente por causa da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL). “Eles representam o vácuo deixado pelo atual governo, que pode ser preenchido por um candidato de direita. Se existe vácuo na política, ele é preenchido”, ressalta.
Com a queda do governo Lula, o cientista político aponta a tendência de crescimento de nomes da oposição, como ocorrido nos casos de Ratinho Junior e Tarcísio de Freitas (Republicanos) nos últimos meses, conforme os cenário estimulado de segundo turno. Mas Quadros faz a ressalva que o governador paranaense ainda precisa se viabilizar como um nome nacional. “A rejeição do Ratinho Jr. é a mais baixa de todas, mas a visibilidade permanece em âmbito estadual.”
Por isso, ele entende que a estratégia do governador paranaense no ano pré-eleitoral é se tornar uma figura política nacional, além de sinalizar para o debate de temas que podem decidir o voto do eleitorado no próximo ano. “Já existe uma preocupação com temas importantes, como segurança pública, e um alinhamento com o agronegócio. Estrategicamente, é o momento para isso, sendo que a definição de uma candidatura ficará para o próximo ano”, avalia o cientista político.
Em entrevista à rádio Bandeirantes, durante a viagem a Paris para assinatura do acordo com o Centro Pompidou, Ratinho Junior afirmou que a geração dele tem obrigação de apontar um caminho moderno para o Brasil. Segundo ele, o presidente Lula - no terceiro mandato em busca da reeleição - não teve competência para resolver os problemas sociais do país e que é natural que os partidos políticos apresentem diferentes nomes de pré-candidatos para a corrida eleitoral do ano que vem.
“Eu quero fazer parte de um novo movimento no país, que é de modernizar o Brasil, de apontar um caminho, reorganizar o país de forma institucional e de fazer uma transformação da máquina pública”, disse o governador, que não confirma se será candidato a presidente em 2026.
Ratinho Junior sobe, mas Tarcísio segue como principal alternativa da direita a Bolsonaro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), supera Michelle e Eduardo Bolsonaro, ambos do PL, como principal alternativa do campo da direita à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, de acordo com os dados da pesquisa eleitoral da Quaest. Principal nome da direita brasileiro, Bolsonaro ainda tenta reverter a situação eleitoral. Ainda assim, ele tem o melhor desempenho contra Lula entre os cenários estimulados de segundo turno: ambos aparecem com 41% das intenções de votos.
No cenário contra o governador paulista, o petista mantém 41% da preferência do eleitor, empatado tecnicamente com Tarcísio, que registrou 40% de intenções de voto, confirmando a tendência de alta registrada a partir de dezembro do ano passado. No final de 2024, a Quaest apontava para a vitória de Lula nas urnas com 52% contra 26% a favor de Tarcísio.
No mês passado, o governador do Republicanos apareceu ao lado do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), em uma propaganda eleitoral do Partido Liberal, transmitida para o estado, um dia após participar da filiação do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ao Progressistas. Durante o evento, com a presença de cinco presidentes nacionais de partidos de direita e centro-direita, Tarcisio fez um discurso pela união das siglas e foi citado pelo anfitrião, o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira, como futuro candidato a presidente em 2026 ou 2030.
No comparativo com janeiro, o nome do governador paulista também se tornou mais conhecido no território nacional. O percentual de eleitores que conhecem e votariam em Tarcísio subiu de 23% para 28%, atrás de Michelle Bolsonaro. A ex-primeira-dama tem o nível de conhecimento e voto de 31%, mas teve um desempenho um pouco abaixo do governador de São Paulo no cenário de segundo turno contra Lula: vitória do petista no limite da margem de erro, por 43% x 39%.
Já os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) tiveram o pior desempenho contra Lula no levantamento estimulado do segundo turno para eleições do próximo ano. Segundo a Quaest, o petista tem 42% das intenções de voto contra 33% de preferência do eleitorado ao nome de Zema. O pré-candidato goiano tem o mesmo percentual do mineiro, mas seria derrotado por 43% de votos pela reeleição do presidente.
Zema e Caiado são os governadores menos conhecidos pelo eleitorado, conforme a pesquisa. O nível de desconhecimento do nome do mineiro é de 60% e no caso do governador do estado de Goiás chega a 62%. Por outro lado, a intenção de voto em Caiado no cenário estimulado de segundo turno subiu de 20% em dezembro para 33% no levantamento com dados colhidos no último final de semana. Confira os números:
Conhecimento, potencial de voto e rejeição de líderes nacionais
Lula
Conhece e votaria: 40%
Não conhece: 3%
Conhece e não votaria: 57%
Jair Bolsonaro
Conhece e votaria: 39%
Não conhece: 6%
Conhece e não votaria: 55%
Michelle Bolsonaro
Conhece e votaria: 31%
Não conhece: 18%
Conhece e não votaria: 51%
Tarcísio de Freitas
Conhece e votaria: 28%
Não conhece: 39%
Conhece e não votaria: 33%
Eduardo Bolsonaro
Conhece e votaria: 23%
Não conhece: 21%
Conhece e não votaria: 56%
Ratinho Junior
Conhece e votaria: 23%
Não conhece: 48%
Conhece e não votaria: 29%
Romeu Zema
Conhece e votaria: 18%
Não conhece: 60%
Conhece e não votaria: 22%
Eduardo Leite
Conhece e votaria: 16%
Não conhece: 53%
Conhece e não votaria: 31%
Ronaldo Caiado
Conhece e votaria: 13%
Não conhece: 62%
Conhece e não votaria: 25%
Intenção de voto para presidente - segundo turno
Lula x Bolsonaro
Lula: 41%
Bolsonaro: 41%
Indecisos: 5%
Branco, nulo e não vai votar: 13%
Lula x Tarcísio de Freitas
Lula: 41%
Tarcísio: 40%
Indecisos: 5%
Branco, nulo e não vai votar: 14%
Lula x Michelle Bolsonaro
Lula: 43%
Michelle: 39%
Indecisos: 4%
Branco, nulo e não vai votar: 14%
Lula x Ratinho Junior
Lula: 40%
Ratinho Jr.: 38%
Indecisos: 5%
Branco, nulo e não vai votar: 17%
Lula x Eduardo Leite
Lula: 40%
Leite: 36%
Indecisos: 5%
Branco, nulo e não vai votar: 19%
Lula x Eduardo Bolsonaro
Lula: 44%
Eduardo: 34%
Indecisos: 5%
Branco, nulo e não vai votar: 17%
Lula x Eduardo Bolsonaro
Lula: 44%
Eduardo: 34%
Indecisos: 5%
Branco, nulo e não vai votar: 17%
Lula x Romeu Zema
Lula: 42%
Zema: 33%
Indecisos: 6%
Branco, nulo e não vai votar: 19%
Lula x Ronaldo Caiado
Lula: 43%
Caiado: 33%
Indecisos: 5%
Branco, nulo e não vai votar: 19%
Metodologia da pesquisa: o instituto ouviu 2.004 pessoas entre os dias 29 de maio e 1º de junho em 120 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com grau de confiança de 95%.
Fonte; Por Rafael Fantin
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