
Por Roberta Ribeiro
Porto Velho, RO - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, contrariou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao dizer que o Brasil pode negociar minerais críticos com os EUA, a fim de reverter as tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump, previstas para entrar em vigor no dia 1.º de agosto.
Na noite de quinta-feira (24), em conversa com jornalistas, Alckmin declarou ter conversado longamente — 50 minutos — com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, no último sábado (19). Segundo o vice-presidente, a conversa foi focada na posição do Brasil de negociar, buscando reverter a tarifa.
Na entrevista, Alckmin afirmou que há uma pauta ampla a ser negociada com os Estados Unidos. Sem antecipar detalhes da conversa, o vice-presidente não descartou que as negociações envolvam minerais críticos e estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras.
Declarações de Lula vão na direção oposta: “Aqui ninguém põe a mão”
As declarações do vice-presidente contrastaram com as de Lula, proferidas um pouco antes, na tarde da própria quinta-feira, durante evento no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. De forma enfática, de modo a alfinetar os EUA, Lula afirmou que “aqui ninguém põe a mão”, referindo-se aos recursos brasileiros, incluindo os minerais críticos.
“Nós temos a maior floresta do mundo para proteger. [...] Temos todo o nosso petróleo, todo o nosso ouro, temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger, e aqui ninguém põe a mão. A única coisa que eu peço é que o governo americano respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano”, afirmou Lula em um evento do governo.

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Representante do comércio dos EUA mencionou interesse em metais críticos
A reação de Lula e o aceno de Alckmin aos EUA não deixam de ecoar a fala do encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar. Também na quinta, durante visita ao Instituto Brasileiro de Mineração, ele mencionou o interesse dos EUA nos minerais críticos e estratégicos do Brasil.
Na quinta-feira pela manhã, Alckmin havia se reunido com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) — Minas é um dos polos da indústria da mineração no país.
“O setor minerário é um que nós recebemos. É outro setor que exporta para os Estados Unidos apenas 3%, mas importa em máquinas e equipamentos mais de 20%. O que mostra, de novo, enorme superávit [dos norte-americanos] na balança comercial”, disse o vice-presidente aos jornalistas.
Minerais críticos são fundamentais para o desenvolvimento tecnológico, impactando áreas como a defesa e, também, a transição energética, já que elementos como lítio, cobalto e níquel são usados na fabricação de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores.
Representante do comércio dos EUA mencionou interesse em metais críticos
A reação de Lula e o aceno de Alckmin aos EUA não deixam de ecoar a fala do encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar. Também na quinta, durante visita ao Instituto Brasileiro de Mineração, ele mencionou o interesse dos EUA nos minerais críticos e estratégicos do Brasil.
Na quinta-feira pela manhã, Alckmin havia se reunido com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) — Minas é um dos polos da indústria da mineração no país.
“O setor minerário é um que nós recebemos. É outro setor que exporta para os Estados Unidos apenas 3%, mas importa em máquinas e equipamentos mais de 20%. O que mostra, de novo, enorme superávit [dos norte-americanos] na balança comercial”, disse o vice-presidente aos jornalistas.
Minerais críticos são fundamentais para o desenvolvimento tecnológico, impactando áreas como a defesa e, também, a transição energética, já que elementos como lítio, cobalto e níquel são usados na fabricação de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores.
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