
Porto Velho, RO - O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) realizou, neste domingo (6), uma nova rodada de fiscalizações em unidades de saúde da capital Porto Velho, revelando um cenário alarmante de falhas estruturais e operacionais. As inspeções ocorreram na UPA Leste, UPA Sul, Pronto Atendimento José Adelino, Policlínica Ana Adelaide e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Entre os principais problemas encontrados estão a ausência de medicamentos essenciais, falta de insumos básicos — como compressas, sondas e seringas —, além de equipamentos médicos fora de operação e estruturas físicas deterioradas.
Deficiências comprometem o atendimento
Na Policlínica Ana Adelaide, apesar de reforço médico em dias de maior movimento, faltavam insumos e pacientes esperavam até dois dias por uma vaga no Hospital João Paulo II.
A UPA Sul enfrentava queixas de atendimento, salas com mau cheiro, materiais de sutura de baixa qualidade e ar-condicionado quebrado na recepção. Já na UPA Leste, o setor de raio-X estava fechado devido à pane em um equipamento, e o local apresentava buracos nas calçadas e escassez de remédios.
SAMU sobrecarregado e com frota reduzida
A situação do SAMU também preocupa. A fiscalização detectou sobrecarga nas equipes, utilização indevida para casos não emergenciais e ausência de equipamentos fundamentais, como desfibriladores funcionando, aspiradores e sondas. Duas ambulâncias estavam paradas por falhas mecânicas e falta de manutenção.
Outro ponto crítico foi a ausência de escala padronizada e a insuficiência de médicos nas equipes de plantão, agravando ainda mais o cenário de precariedade.
Recomendações e prazo para resposta
O TCE notificou a Prefeitura de Porto Velho para que adote medidas imediatas, como a reposição de medicamentos e insumos, manutenção de equipamentos, reforço nas escalas e melhorias na estrutura física. O órgão também recomenda articulação com o Governo do Estado para acelerar a regulação de pacientes e ações de conscientização sobre o uso adequado das unidades de saúde.
Um novo ciclo de inspeção será feito em até 10 dias para verificar o cumprimento das recomendações. Caso não haja avanços, os gestores poderão ser responsabilizados.
Apoio da população e profissionais da saúde
A ação do TCE recebeu elogios de pacientes e profissionais. “Fui bem atendida e me sinto melhor”, disse a dona de casa Lucimar Viana. Para o motoboy Bruno Leive, a fiscalização deve continuar.
A médica Gwenaelle Andreato notou melhorias após a atuação do TCE. “Antes, faltava muita medicação. Agora, falta menos.” Sua colega, Rivânia Neves, reforça: “É importante ter o Tribunal presente na nossa rotina.”
Compromisso com o cidadão
O secretário-geral de Controle Externo do TCE, Marcus Cézar Filho, reforçou o compromisso da instituição: “Estamos vendo avanços, mas ainda há muito a ser feito. O Tribunal segue firme para garantir uma saúde melhor para o cidadão de Porto Velho.”
Fonte: O Observador
0 Comentários