
Porto Velho, RO - Uma das maiores tragédias do nosso país é depender dos pusilânimes. Em seu magnífico “Romanceiro da Inconfidência”, Cecília Meireles dedica um poema a essa casta de homens desprezíveis. Diz a maestrina das palavras:
“Em céus eternos palpita o luto
por tudo quanto desperdiçastes...
‘Os pusilânimes’ — suspira
Deus. E vós, no fundo da morte,
sabeis que sois — os pusilânimes.
E fogo nenhum vos extingue,
para sempre vos recordardes.”
Hugo Motta é o retrato perfeito do pusilânime brasileiro. Se considerarmos que a palavra vem do latim pusillus animus, que literalmente quer dizer “alma pequena”, entenderemos que nenhum termo expressará melhor a essência do presidente da Câmara.
O nome Hugo, no entanto, contém grande ironia. Origina-se do germânico hugu, que significa mente, coração ou espírito. Portanto, doravante passarei a chamá-lo de Huguinho, diminutivo que se adequa melhor à sua estatura moral.
Na noite da última terça-feira, Huguinho resolveu aprovar em votação simbólica a urgência do PL da Censura. Ou seja: à revelia da Casa, empurrou goela abaixo dos deputados um projeto que vai eliminar o que ainda resta de liberdade de expressão aos brasileiros.
A manobra de Huguinho dará tempo ao governo petista para “convencer” deputados do Centrão a aprovarem o PL — e certamente não preciso dizer a vocês, meus sete amigos leitores, a que tipo de convencimento me refiro.
Feroz como um tigre diante a oposição, dócil como um poodle diante do Regime PT-STF
Huguinho é como aquela oficial de Justiça que invadiu a UTI para notificar Bolsonaro, ou como o juiz auxiliar do Imperador Calvo: está apenas cumprindo ordens. Ele sabe que o atual regime tem como prioridade censurar as redes sociais em 2026. Fiel serviçal, ele não hesitará em obedecer a todas as determinações dos tiranos. Sua personalidade se assemelha em tudo à de um guardinha de gulag. O problema é que esse gulag é o país inteiro, e os prisioneiros somos nós.
Feroz como um tigre diante a oposição, dócil como um poodle diante do Regime PT-STF, Huguinho treme de medo ante a possibilidade de que os urubus de toga resolvam investigar o seu caseiro ou algum caso relacionado ao seu clã político em Patos.
Enquanto isso, os reféns políticos da ditadura brasileira seguem apodrecendo nos porões do regime, sem terem cometido crime algum que não tenha sido o de denunciar o golpe socialista de 2022. Brasileiros inocentes são torturados, espancados e condenados ao silêncio e à morte — e Huguinho permanece mudo e calado.
— Acaso eu sou o guarda do meu irmão? — perguntou Caim, o fundador da política, depois de cometer o seu crime abominável.
Sim, é com você que Ele está falando, Huguinho. Enquanto você desvia o olhar, o sangue dos seus irmãos clama desde a terra até o céu.
“Ó vós, que não sabeis do Inferno,
olhai, vinde vê-lo, o seu nome
é só — PUSILANIMIDADE”.
Fonte: Por Paulo Briguet
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