
Dioneida Castoldi, presidente do Sintero
Porto Velho, RO – Iniciada nesta quarta-feira (6), a greve geral dos trabalhadores da rede estadual de educação, liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia (Sintero), já afeta o funcionamento de centenas de escolas públicas e compromete o calendário letivo de cerca de 170 mil estudantes em todo o estado.
A paralisação ocorre após o Sintero se retirar da mesa de negociação com o Governo de Rondônia, optando pela deflagração do movimento paredista. A decisão foi tomada em assembleia geral no dia 31 de julho, sob alegação de insatisfação com as propostas apresentadas pelo Executivo estadual.
Segundo o Sintero, greve conta com forte mobilização na sede administrativa, em Porto Velho, e nas 11 regionais, "demonstrando a união da categoria em busca de valorização profissional".
Entre as principais reivindicações estão o aumento do percentual da gratificação por titulação (pós-graduação, mestrado e doutorado), a ampliação do auxílio-transporte e o reajuste do auxílio-alimentação, que permanece congelado há quase uma década. Além disso, a categoria exige a realização de concurso público unificado e a equiparação salarial entre técnicos e técnicas níveis 1 e 2.
“A mobilização mostra que os trabalhadores e trabalhadoras da educação estão unidos e vão continuar lutando até que haja uma proposta que atenda às pautas da categoria. Essa greve é uma resposta ao descaso; a educação precisa de investimento, respeito e valorização. Seguiremos firmes até sermos ouvidos e ouvidas”, declarou a presidenta do SINTERO, Dioneida Castoldi.
Próximos dias de mobilização
A mobilização continua na quinta-feira (07), com concentração marcada para as 8h, na sede administrativa do SINTERO, em Porto Velho e nas regionais. Na sexta-feira (08), as atividades acontecerão à tarde, às 13h.
Entre as principais reivindicações estão o reajuste da gratificação por titulação, a ampliação dos auxílios transporte e alimentação – este último sem atualização há quase dez anos –, além da realização de concurso unificado e da equiparação salarial entre técnicos de níveis diferentes. O governo sinalizou com alguns avanços, incluindo um abono condicionado à disponibilidade orçamentária, mas não evitou a deflagração da greve.
Apesar da mobilização organizada pelo Sintero em Porto Velho e nas 11 regionais, o movimento encontra resistência dentro da própria categoria. O Sindicato dos Técnicos Educacionais do Estado de Rondônia (SINTAE) divulgou vídeo nas redes sociais orientando seus filiados a não aderirem à greve, alegando que a paralisação coloca em risco direitos já conquistados e pode ser judicializada.
Dirigentes do SINTAE informaram que seguem dialogando com o governo e que novas rodadas de negociação estão previstas. Segundo a entidade, todos os benefícios e reajustes para os técnicos educacionais estão mantidos. “Essa greve não é nossa. Vamos manter nossas atividades nas escolas e preservar os avanços obtidos até aqui”, afirmou um representante do sindicato.
A greve convocada pelo Sintero, que já compromete o calendário escolar, escancara a divisão entre os profissionais da educação sobre os rumos do movimento e evidencia um impasse sindical que pode se agravar nos próximos dias, caso não haja retomada das negociações.
Fonte: Tudorondonia
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