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Tagliaferro fala em perseguição à direita e diz que morreria pelo país

Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, diz que o ministro promovia perseguição política contra a direita. (Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE)

Porto Velho, RO - O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, afirmou nesta sexta-feira (1º) que Moraes promoveu perseguição política contra a direita durante a campanha eleitoral de 2022. E disse ainda estar disposta a dar a sua vida para derrotar o ministro, pois não aceita o que chamou de "ditadura prática" instaurada no Brasil. As declarações foram dadas ao programa News da Manhã Brasil, do canal AuriVerde no YouTube.

Tagliaferro atuou na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), vinculada ao TSE, que é um gabinete permanente criado em março de 2022 para, segundo ele, interferir nas eleições brasileiras daquele ano. Agora, ele diz estar disposto a morrer para "salvar o país" e derrubar Alexandre de Moraes.

"A minha decisão é, se preciso for, pagar com a minha vida pra tentar salvar o país, porque acredito que, hoje, sou peça fundamental pra isso", afirmou. E disse também: "Pode ser que eu não consiga, mas vou lutar até o último segundo para que o Brasil saia dessa situação e ele (Moraes) não fique mais no poder."
Perseguição contra a direita

De acordo com o ex-assessor, durante sua atuação na AEED, ele presenciou "uma perseguição e uma destruição da imagem da direita no cenário político dentro da campanha de 2022". Segundo Tagliaferro, conteúdos desfavoráveis ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eram sistematicamente removidos das redes, enquanto a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) era impedida de utilizar certos materiais, como imagens do desfile de 7 de setembro e do funeral da rainha Elizabeth II, além de declarações associando Lula a ditadores.

"A direita foi tolhida do seu direito de fazer uma campanha transparente, de mostrar a sua cara, porque as coisas que desagradavam a esquerda eram tiradas", afirmou.

Derrubada de conteúdos

Tagliaferro também relatou ter testemunhado a ordem de censura de uma entrevista com Mara Gabrilli, então candidata a vice-presidente na chapa de Simone Tebet (MDB), concedida ao canal AuriVerde em 2022. Na ocasião, Gabrilli comentava o assassinato de Celso Daniel e acusava Lula de envolvimento no crime.

Ainda segundo o ex-assessor, as ordens para remoção de conteúdos não partiam diretamente da AEED, mas de Moraes. A equipe técnica emitia relatórios com base em monitoramentos de páginas e perfis específicos e encaminhava os documentos para o gabinete do ministro, que emitia a decisão judicial de derrubada.

Ele também revelou que as big techs (grandes empresas de tecnologia) se submetiam, ainda que a contragosto, às ordens de Moraes para agir contra certos alvos determinados pelo ministro.
"Moraes, você não vai conseguir me segurar"

Ao longo da entrevista, Tagliaferro disse que não possui apoio político. O único parlamentar que o procurou foi o senador Magno Malta (PL-ES), convidando-o a comparecer a uma comissão. E afirmou ainda que sua motivação não é partidária. "O que nutre esse meu desejo não é nem pela direita, nem pela esquerda: é pelo país. Eu luto pelo Brasil."

Ele encerrou o depoimento dizendo saber que será alvo de investigações da Polícia Federal (PF) e processos judiciais, mas disse não ter medo da reação institucional. Olhando para a câmera, declarou: "Moraes, você não vai conseguir me segurar. E se você me derrubar, me enjaular, tirar a minha vida, já tem pessoas de minha confiança atuando junto comigo. Boa sorte."

Tagliaferro foi indiciado pela Polícia Federal em abril deste ano por violação de sigilo funcional.

Fonte: Por Yago Portella

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