Resort de luxo quer transformar berço da soja em Vale do Douro brasileiro

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Resort de luxo quer transformar berço da soja em Vale do Douro brasileiro


A expectativa dos sócios é que o negócio movimentará R$ 780 milhões em valor geral de vendas.| Foto: Divulgação/Costana Frontier Resort


Porto Velho, RO
- Com um relevo que remete ao Vale do Douro, em Portugal, o município de Novo Machado, no Rio Grande do Sul, será palco para um projeto ambicioso de turismo de luxo. Banhada pelo rio Uruguai, que faz fronteira com a Argentina, a área receberá um resort exclusivo que promete revolucionar a oferta de lazer local.

O Costana Frontier Resort contará com uma praia artificial privativa, bangalôs e suítes premium com vista para o rio, além de estrutura de entretenimento e gastronomia voltada para um público de alto poder aquisitivo, especialmente empresários do agronegócio.

Apesar de ser o berço da soja no Brasil e concentrar empresários que movimentam bilhões no setor agropecuário, a região carece de uma infraestrutura hoteleira sofisticada. Atualmente, os moradores e visitantes precisam viajar ao menos 500 quilômetros para encontrar uma hospedagem com conforto e serviços de alto padrão.


Berço da soja no Brasil, região no RS ganhará resort de luxo que visa impulsionar o turismo.| Divulgação/Costana Frontier Resort

Diante desse cenário, o engenheiro civil e empresário Mogar Sincak decidiu unir-se a dois sócios, Gustavo Reis e Vando Hartmann, para idealizar o resort e estimular o turismo na região. A MSK Incorp, do grupo Tecnika Engenharia Especializada, uma das empresas de Sincak, é a realizadora do empreendimento.

Foram seis anos de planejamento antes do lançamento do projeto, sendo que o maior desafio foi encontrar uma região próxima ao rio Uruguai com acesso a mão de obra para serviços de hotelaria e sem riscos de enchentes. A construção se iniciará no segundo semestre deste ano e o lançamento está previsto para 2029.

“Nosso objetivo é desenvolver a região, criar um ciclo econômico de turismo e manter esses recursos aqui, ao invés de vê-los indo para outras partes do Brasil”, destaca Sincak.

História da região passa por êxodo de agricultores em busca de terras acessíveis

A região noroeste do Rio Grande do Sul tem um passado marcado pelo êxodo de agricultores e a cidade de Santa Rosa, onde fica a sede administrativa do Costana Frontier Resort - próxima a Novo Machado -, é conhecida como o berço da soja no Brasil, por ter abrigado a primeira plantação do gênero do país.

Foi dali que, nas décadas de 1950 e 1960, muitos gaúchos partiram para desbravar novas fronteiras agrícolas. Em busca de terras com menor custo, eles se estabeleceram em estados como Mato Grosso, Goiás e Tocantins, mas mantiveram as famílias e as raízes no Rio Grande do Sul.

A partir de 1970, a região começou a se desenvolver principalmente em torno da mecanização agrícola, se tornando um grande polo metal mecânico em função da soja. Ali nasceu a primeira colheitadeira de soja do país e surgiram grandes empresas líderes globais, como a brasileira SLC Agrícola e as americanas John Deere e AGCO.

Enquanto o agronegócio prosperava, a população local diminuía. De acordo com Sincak, ao longo dos últimos 50 anos, cerca de 400 mil pessoas saíram da região, reduzindo drasticamente o crescimento populacional.

Municípios como Santa Rosa, Novo Machado e Porto Mauá, que compõem esse polo agroindustrial, mantêm economias sólidas, mas sem atrativos suficientes para reter e atrair novos moradores. Essa realidade motivou Sincak a investir no Costana Frontier Resort como um movimento estratégico para diversificar a economia e estimular o turismo local.

Além da tradição agrícola, a região tem um patrimônio histórico significativo. As missões jesuíticas, que datam do século XVII, fazem parte da identidade cultural do Rio Grande do Sul e atraem visitantes interessados na história da colonização europeia no estado. Com o novo resort, os idealizadores esperam unir turismo, lazer e um resgate histórico, criando um destino que combine luxo, cultura e natureza.

“Eu conheci o rio Douro em Portugal há 11 anos atrás. Ele e o rio Uruguai são muito parecidos, inclusive o estilo. Mas lá tem exploração vinícola ao redor, resorts, restaurantes, ou seja, uma vida que acontece ao redor disso e que atrai turismo do mundo inteiro. Aqui não conhecemos turismo e nossa missão é despertar e atrair as pessoas, diz Sincak.

Resort no RS tem chalé com vista para o rio Uruguai por R$ 5,8 milhões

Os sócios priorizaram a sofisticação na estrutura, que inclui 231 apartamentos e 44 bangalôs exclusivos. A suíte mais acessível, de 47 m² para quatro pessoas, custa R$ 65 mil para quem adquire o direito de usá-lo em uma semana por ano.

Já o bangalô mais bem localizado, com 100 m² para quatro pessoas, deck panorâmico e vista privilegiada para o Rio Uruguai, chega a R$ 5,8 milhões pelo uso no ano inteiro. O complexo com quase 280 mil m² contará com praia artificial privativa, piscinas aquecidas internas e externas, spa de alto padrão e estrutura para esportes aquáticos como jet ski, passeios de barco e caiaque. Haverá também quadras de beach tennis, tênis, paddle, boliche, pub e trilhas ecológicas.


O bangalô mais bem localizado chega a R$ 5,8 milhões.| Divulgação/Costana Frontier Resort

Modelo de negócios prevê múltiplos proprietários por unidade em resort no RS

Com um custo de obra de até R$ 400 milhões, a expectativa dos sócios é que o resort no noroeste do RS movimentará R$ 780 milhões em valor geral de vendas. Em vez de funcionar como um hotel tradicional, serão oferecidos dois tipos de produtos diferentes aos hóspedes.

O primeiro deles é o "costana lazer", no qual o cliente adquire o direito de usar a unidade de uma até cinco semanas por ano e deve pagar o condomínio proporcional ao uso e a taxa de administração da hotelaria. Já o segundo é o "costana valor", no qual os clientes podem comprar cotas ou a integralidade de uma unidade.

A partir daí, é possível utilizar a unidade, deixá-la disponível para locação, gerando retorno financeiro ao longo do ano, ou ainda permutar por um dos 4,2 mil resorts pelo mundo da rede RCI, intercambiadora de férias.

Fonte: Por Luisa Purchio

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