Esplanada dos Ministerios - (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Porto Velho, RO - O Brasil se destacou como líder mundial no pagamento de “supersalários” no setor público, com cerca de R$20 bilhões pagos acima do teto constitucional entre agosto de 2024 e julho de 2025, segundo levantamento.
O estudo identificou 53,5 mil servidores, entre ativos e aposentados, recebendo valores superiores ao teto, atualmente fixado em R$46.366,19.
A maior parte desses pagamentos está concentrada em carreiras do Judiciário, do Ministério Público e da Advocacia-Geral da União, incluindo magistrados, procuradores e advogados públicos federais. Parte significativa desses servidores recebem remuneração que os coloca no top 1% de renda da população, com valores anuais superiores a R$685 mil.
O levantamento comparou o Brasil a outros 10 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, mostrando que nenhum outro país possui mais de 2 mil servidores com salários acima do teto. Nos EUA, por exemplo, há pouco mais de 4 mil casos, enquanto a Alemanha não registrou nenhum.
Segundo o estudo, realizado pelo pesquisador Sergio Guedes-Reis, da University of California, San Diego, a prática de pagamentos acima do teto representa um desafio para o controle do gasto público, que envolve R 20 bilhões por ano. Especialistas apontam que, apesar do alto valor, há resistência institucional a mudanças, já que muitas das remunerações adicionais são justificadas por benefícios legais, como férias, adicional noturno e insalubridade.
Fonte: Por Arthur Gomes Souza
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