
Porto Velho, RO - Há pelo menos trinta anos não há mais nenhuma necessidade de mostrar ao público em geral que uma das piores, na longa lista de taras do PT e da esquerda brasileira, é a hipocrisia-raiz. É uma doença que não tem remédio; como naqueles casos horríveis de crianças que nascem sem cérebro, o PT nasceu sem uma única célula de sinceridade em todo o seu organismo. É a exata reprodução moral do seu fundador, beneficiário e deus, o presidente Lula.
Ainda assim, por mais que se conheça o cheiro do gambá, o PT não cessa de surpreender o Brasil com sua capacidade de “quebrar paradigmas”, como dizem os palestrantes de autoajuda, em matéria de hipocrisia em seu estado mais brutal. O seu último acesso de fingimento é a súbita conversão do partido e do seu entorno aos valores do patriotismo. Desde que Donald Trump anunciou tarifas de 50% para as exportações brasileiras, como castigo pelo linchamento legal de Jair Bolsonaro, imaginam que podem lucrar sendo de novo antiamericanos, contra o imperialismo ianque e, por via de consequência, patriotas.
É um cavalo de pau espetacular. Até outro dia, tudo o que pudesse lembrar a noção de “pátria” era um sacrilégio para a esquerda nacional e pelo PT. Para resumir a história toda: o próprio Lula, não faz muito tempo, falou da necessidade de se combater as ideias de pátria, família e religião – todas elas uma abominação para o partido. “São valores que nós combatemos a vida inteira”, disse o presidente. Tanto ele como o seu partido, porém, são geneticamente incapazes de perder a mínima chance de se comportar com o oportunismo mais grosseiro.
É o que estão fazendo agora. Como de costume, juntam a falta de senso moral com as suas necessidades do momento. Sentem que é preciso, agora, usar a briga com os Estados Unidos para agredir a oposição; perdem todas nas votações do plenário, mas podem fazer barulho na mídia dizendo que os adversários são “inimigos da pátria”.
Seu alvo preferencial do momento é o deputado Eduardo Bolsonaro, que, desde a vitória de Trump, vem fazendo tudo o que pode para que o governo americano condene a perseguição que o regime brasileiro faz a seu pai. Tem sido chamado pelo PT, no mínimo, de “traidor” do Brasil. É a “pátria amada” de volta, salve salve.
Fonte: Por J.R.Guzzo
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