Ministro foge da Expointer, evento tradicional do agro

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Ministro foge da Expointer, evento tradicional do agro


Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Porto Velho, RO - A ausência do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na Expointer 2025, realizada em Esteio (RS), a maior e mais antiga feira do agronegócio no Brasil, gerou críticas contundentes e reacendeu o sentimento de abandono entre os produtores rurais gaúchos. Muitos dos presentes consideravam a ausência do ministro uma autêntica fuga, para não explicar a falta de apoio do governo ao setor.

O evento, que ocorre no Parque de Exposições Assis Brasil e é um marco para o setor agropecuário, não contou com a presença do ministro, fato que foi duramente criticado pelo vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), que cobrou uma participação mais ativa do governo federal. Há cinco meses, Fávaro também não compareceu à Expodireto, no RS.
O Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de grãos do país, enfrenta uma crise sem precedentes devido a sucessivas secas e enchentes que devastaram safras e comprometeram a renda de milhares de agricultores. As enchentes de abril e maio de 2024, que atingiram 441 municípios e afetaram cerca de dois milhões de pessoas, foram classificadas como a maior tragédia climática da história do estado, com 183 mortes e 27 desaparecidos. Entre 2020 e 2024, as perdas agrícolas no estado totalizaram 50 milhões de toneladas de grãos, equivalente a R$ 106,6 bilhões, segundo a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

Os produtores gaúchos consideram insuficientes as respostas do governo federal às tragédias. A demanda por securitização das dívidas, que totalizam R$28 bilhões com vencimento em 2025, permanece sem solução definitiva, agravando a crise no setor. A ausência de Fávaro na Expointer, um momento crucial para diálogo com o setor, foi interpretada como um sinal de desinteresse do governo federal em atender às necessidades urgentes dos agricultores.

A situação é ainda mais delicada considerando o histórico de tensões entre o governo e o agronegócio gaúcho. Em 2024, Fávaro já havia cogitado não comparecer à Expointer, alegando dificuldades logísticas, como a falta de voos da FAB, mas acabou participando após pressão de lideranças do setor. Na ocasião, anunciou medidas de apoio, mas a insatisfação persistiu devido à demora e à percepção de que as ações não abordavam a magnitude do problema. A ausência em 2025 reforça a percepção de distanciamento, especialmente em um estado que sofreu com eventos climáticos extremos e sente a falta de políticas públicas eficazes para a recuperação do setor.

O vice-governador Gabriel Souza destacou a ausência de representantes de alto escalão do governo federal em eventos agropecuários do Estado, como a Expodireto e a própria Expointer, enfatizando que o Rio Grande do Sul lidera o ranking nacional de prejuízos por eventos climáticos no século 21. A cobrança por medidas concretas, como a renegociação de dívidas privadas com cooperativas e cerealistas e a reestruturação do seguro rural, segue sem resposta satisfatória, enquanto o setor agropecuário gaúcho luta para se reerguer em meio a um cenário de adversidades climáticas e econômicas.

Fonte: Por Cláudio Humberto

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