
FALANDO SÉRIO – Conceitos e significados epistemológicos
Porto Velho, RO - O poeta alemão Bertolt Brecht tem um texto bastante conhecido no qual recomenda: “desconfiai do mais trivial, na aparência singelo, e examinai, sobretudo, o que parece habitual”. A missão da epistemologia é estudar a forma com a qual o ser humano conhece a si próprio e a realidade a sua volta. Considerando o texto do poeta, abro a discussão epistemológica com base nas reflexões do filósofo francês Michel Foucault, esse afirmava: “a ciência é um saber-poder”. Traduzindo, o conhecimento e o ser humano são historicamente construídos. Em face disso, é importante compreender o significado epistemológico das palavras “genocídio”, “fascismo” e “negacionismo” que figura no debate público brasileiro, em especial, o seu uso por lideranças políticas e militantes da Esquerda e da Extrema-Direita.
Duplo movimento I
O uso político das palavras “genocídio”, “negacionismo” e “fascismo” no jogo político, ecoa em duplo movimento das forças políticas no Brasil desde o processo eleitoral de 2018 que levou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a ocupar o Palácio do Planalto. O uso frequentes das palavras pouco auxilia na compreensão entre o passado traumático da Itália e dos fenômenos da história recente, a exemplo da pandemia do covid-19.
Duplo Movimento II
O negacionismo veio à tona na discussão da eficácia das vacinas no combate ao covid-19. Já o termo genocídio ressurge agora no conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Ontem trouxemos trechos do discurso do presidente Lula sobre o possível “negacionismo” e “genocídio” travestido de um novo holocausto acontecendo no mundo, mas dessa vez estaria acontecendo na Faixa de Gaza e patrocinado pelo estado de Israel contra os palestinos. Contudo, conflitos como em Gaza e atentados terroristas, precisam ser diuturnamente denunciados e combatidos, não importa a proporção.
Radicalização
O termo genocídio cruzou novamente com a radicalização do cotidiano político brasileiro, por inciativa do presidente Lula, criou uma polêmica ao dizer que Israel está praticando um genocídio com os palestinos. Mas esse tema quando envolve Israel e os judeus, tem implicações históricas, políticas, morais e jurídicas, de modo que se transformou em um aspecto sensível à extrema direita nacional, inclusive com a iniciativa de pedido de impeachment contra o presidente Lula pelos parlamentares da extrema-direita brasileira.
Michelle fez oração
Michelle Bolsonaro discursou e fez oração durante ato na avenida Paulista (25), ferindo o Estado laico como preconiza a Constituição de 1988 ao dizer que “é hora da igreja disputar o Estado”. Tal discurso reforça a Teologia da Dominação que surgiu nos EUA através do pastor presbiteriano Rousas John Rushdoony que defendia a formação um Estado Teocrático-Neopentecostal, uma espécie de “evangelistão” por conta do fanatismo, messianismo e do fundamentalismo religioso.
Nicolas na Paulista
No ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista (25), em São Paulo, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-SP) disse que é preciso ser “mais persistente” que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa mensagem foi o recado de Nikolas para apoiadores da extrema-direita de não desistir de continuar apoiando um candidato dessa posição ideológica para presidência da República.
Tarcísio pró-Bolsonaro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) no discursou durante ato pró-Bolsonaro (25), falou em justiça social, defendeu o Estado-democrático de direito, a liberdade de expressão, disse que o ex-presidente “nunca pegou nada para si” e destacou o legado do ex-presidente quando ocupou a Presidência da República. Tarcísio disputará com Michelle Bolsonaro, Governador Ronaldo Caiado e o Governador Jorginho Melo, o capital político do ex-presidente Bolsonaro.
Malafaia sem medo
O Pastor Silas Malafaia foi o principal patrocinador do ato pró-Bolsonaro na Paulista (25), fez uma retrospectiva dos acontecimentos políticos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e os embates com os ministros do STF, em especial, do Ministro Alexandre de Moraes. Malafaia em tom profético, disse que não tem medo de ser preso e caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja preso, será transformado em mártir da nação.
Força Política
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou grande força política no ato da Avenida Paulista (25), inclusive, ser o principal líder político antagonista ao presidente Lula e ao PT. Bolsonaro demonstrou tanta força que o presidente Lula foi questionado e não respondeu sobre o tema durante coletiva de imprensa no lançamento do programa voltado à moradia popular.
Bolsonaro paz e amor
O discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi no tom de paz e amor na Paulista (25). Fez uma retrospectiva da sua trajetória política, das ações do seu governo e propôs uma trégua, inclusive com pedido de anistia para os envolvidos nos atos de vandalismo e destruição da sede dos três poderes no 08 de janeiro em Brasília. Considero que foi o primeiro discurso do ex-presidente Bolsonaro com lucidez e plausível.
Golpe Tabajara
O ex-presidente Jair Bolsonaro faltou dizer no seu discurso que não foi adiante com o plano do Golpe poque não tinha o apoio das Forças Armadas, da CIA e do Pentágono dos EUA, nem mesmo, do Kremlin da Rússia. Esse último que patrocina o Ditador Nicolas Maduro na Venezuela. Portanto, ficou a lição e vai responder pela conduta aloprada de seus auxiliares diretos que planejaram um golpe tabajara.
Fonte: Por Herbert Lins
0 Comentários