Editorial - Lula faz do Brasil um capacho da China

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Editorial - Lula faz do Brasil um capacho da China


O presidente Lula e o ditador chinês Xi Jinping, durante visita do brasileiro a Pequim. (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República)

Porto Velho, RO
- Que um presidente brasileiro visite os maiores parceiros comerciais do país em busca de novas oportunidades de negócio e do aprofundamento das relações comerciais é algo natural – as divergências políticas não impediram, por exemplo, que Jair Bolsonaro também tivesse visitado a China durante seu mandato, como Lula acaba de fazer. A diferença, no entanto, surge quando o petista abandona completamente o “pragmatismo responsável” que tradicionalmente marcou a postura brasileira diante da comunidade internacional, para abraçar um antiamericanismo de DCE e antagonizar outro dos maiores parceiros comerciais do Brasil em nome de ideologias ultrapassadas.

O governo anunciou a assinatura de acordos que resultariam em US$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil, em áreas como tecnologia, comunicação, saúde e energias limpas. O petista ainda afirmou que a China concordou em ampliar a abertura de seu mercado a produtos agropecuários brasileiros. Já o projeto de uma megaferrovia que ligue os oceanos Atlântico e Pacífico, criando um enorme corredor comercial, não avançou tanto quanto o governo gostaria. Até aí, trata-se de parte do jogo internacional, em que os países negociam entre si em busca de maiores vantagens para seus produtos e serviços.

Lula quer contar com a expertise da nação que tem o maior mecanismo de censura e controle social do mundo para tentar repetir a dose no Brasil

Mas o verborrágico Lula não conseguiu se conter, e mais uma vez aproveitou a oportunidade para provocar os Estados Unidos e Donald Trump, quando deveria estar trabalhando em um acordo para superar o impasse criado pelas tarifas impostas em abril pelos EUA às importações de itens brasileiros. O petista até demonstrou uma prudência mínima ao evitar a defesa de meios de pagamento que contornem o dólar como moeda predominante no comércio internacional; mas, de resto, desfiou seu antiamericanismo habitual.

“Não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite”, disse Lula, acrescentando que “as últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxação de comércio com todos os países do mundo de forma unilateral jogam por terra a grande ideia do livre comércio”. O petista falava como se o Brasil – e, mais especificamente, a esquerda brasileira – fosse um baluarte do livre comércio mundial, e não um país bastante protecionista, que tem alíquotas pesadas de impostos sobre importações e recorre a políticas como exigências mínimas de conteúdo nacional em sua indústria naval. Assim fica fácil dizer que “o Brasil não tem medo de competir” com os EUA, como fez Lula na China.

Constantino: Janja acha que a China censura é pouco!

Mas antes o risco estivesse apenas nas bravatas antiamericanas do presidente da República. Sua aproximação com ditaduras como China e Rússia, movida por convicções ideológicas e não por pragmatismo comercial, tem tudo para deixar o Brasil isolado na comunidade internacional e para cercear ainda mais a liberdade dos brasileiros. Lula elogiou o carniceiro Mao Tse-tung, que tomou o poder na China à força em 1949 e cujas políticas mataram de fome dezenas de milhões de chineses. E ainda afirmou ter perguntado “ao companheiro Xi Jinping se era possível enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para discutir a questão digital” – ou seja: Lula quer contar com a expertise da nação que tem o maior mecanismo de censura e controle social do mundo para tentar repetir a dose no Brasil.

Depois do vexame de juntar-se a ditadores em Moscou para celebrar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, enquanto todo o mundo livre festejava em outro lugar, Lula volta da China com algumas dezenas de bilhões de dólares em promessas de investimento, sim, mas traz na bagagem um outro saldo, bem mais negativo. Os laços ideológicos cada vez mais estreitos com um regime totalitário, que não hesita em controlar todos os aspectos da vida de seus cidadãos, enquanto as democracias ocidentais são desprezadas – independentemente do que se pense a respeito dos mandatários de plantão nesses países –, apontam para um futuro no qual o Brasil, outrora respeitado por sua postura no cenário internacional, se tornará um mero subalterno da China e de seus colegas valentões.

Fonte: Por Gaezta do Povo

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