Em encontro de países no Chile, Lula diz que não há guerra tarifária com os EUA. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)Porto Velho, RO - É impressionante a irresponsabilidade com que o governo Lula tem tratado a crise institucional e o grave risco econômico que o Brasil vive. Após o anúncio do “tarifaço” de 50% prometido pelo presidente Donald Trump para 1° de agosto, o vice-presidente Alckmin até tem demonstrado disposição e buscado meios para conversar e estabelecer pontes com os EUA.
Enquanto isso, o que, de fato, fazem Lula e os petistas? Preferem capitalizar com a própria base, criam peças de propaganda – como uma fala em rede nacional –, e se apegam a uma narrativa de suposta “defesa do país”. Mas onde está essa “defesa” nesse governo que não senta para negociar com os EUA?
A embaixadora brasileira estava de férias até a semana passada, e o governo insistia que ela poderia resolver “remotamente” uma grave crise política e econômica entre duas das maiores economias do planeta. Negociações dessa monta não se resolvem com telefonemas e mensagens de texto. É necessária presença física, participação ativa e efetiva. Não é à toa que, na semana passada, quando ela encaminhou mensagem sobre a suspensão dos vistos de ministros do STF, ouviu um “too late” das entidades norte-americanas… Sim, o governo brasileiro está atrasado, e muito.
Enquanto reportagens são publicadas sobre os graves prejuízos ao setor produtivo brasileiro, Lula vai ao Chile falar em “democracia”. E o que tem feito seu governo, em consórcio claro com a Suprema Corte? Age para dilapidar as pontes do nosso sistema democrático.
O PT, Lula e sua base preferem esticar a corda o quanto puderem, e penalizar o setor produtivo, enquanto apontam o dedo para Bolsonaro e a oposição e tentando criar uma tábua de salvação da sua popularidade às custas da economia nacional
O ex-presidente Jair Bolsonaro virou o “bode expiatório” ideal. Sob a justificativa de uma pretensa “interferência” dos EUA no Judiciário brasileiro, que carece de provas, ministros constrangem o ex-ocupante da cadeira presidencial, porque a perseguição a ele foi citada pelo presidente Trump quando do anúncio das tarifas. Bolsonaro já foi impedido de deixar o domicílio à noite, de falar com outros políticos e até com a família. Durante o dia, é obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica. Isso tudo sem julgamento do mérito nos processos a que responde.
O ex-presidente vive uma prisão antes da condenação. A justificativa de “risco de fuga” também carece de evidências, conforme afirmou o próprio ministro Fux em seu voto, com o agravante de que o ex-presidente já não tem o seu passaporte, o que inviabilizaria sua entrada em outro país. Se esse é o tratamento a um ex-presidente que apresenta críticas ao Sistema Judiciário, imagine o que pode passar um deputado ou um cidadão comum, ante a fria “neojurisprudência de momento” da Suprema Corte?
É nesse preocupante Brasil, de características tão semelhantes com a Venezuela de Nicolás Maduro, onde Executivo e Judiciário se unem contra o Legislativo e sociedade civil, que Lula se acha no direito de falar em “democracia”?
Ele deveria se pronunciar sobre o crime que comete contra o setor produtivo! Estamos a menos de dez dias de encarar tarifas nunca antes vistas na história desse país, de 50%, de um de nossos principais parceiros comerciais. Um tarifaço que vai comprometer o fluxo de mercadorias, como suco de laranja, café, cacau, carnes, pescado e até madeira e celulose.
Muitos apontam o dedo para a ação do presidente Trump contra nossa economia. Ao jeito dele, o que faz é um alerta para o risco que correm a democracia e as instituições brasileiras. Não somos a favor das tarifas, longe disso. Sabemos das dificuldades que o setor produtivo já enfrenta sem elas, imagine quando entrarem em vigor. Sempre defendi negociação, sentar à mesa, tratar com respeito para ser respeitado e chegar a soluções efetivas.
Mas o PT, Lula e sua base desejam apenas a narrativa e o caos. Preferem esticar a corda o quanto puderem, e penalizar, mais uma vez, o setor produtivo, enquanto apontam o dedo para Bolsonaro e a oposição e tentando criar uma tábua de salvação da sua popularidade às custas da economia nacional.
Que tenham ao menos a decência, quando a crise por causa das novas tarifas vier, de assumir o ônus dos empregos perdidos, negócios quebrados e famílias arruinadas nos próximos meses. Porque o responsável por tudo isso, ao não negociar as tarifas, não atuar na defesa do setor produtivo, e só empurrar a responsabilidade com a barriga cheia de narrativas, será o governo do PT e seu presidente Lula.
Fonte: Por Pedro Lupion
0 Comentários